Jornada do Patrimônio - Roteiro Hospitalar
sobre o roteiro:
A Jornada do Patrimônio é uma iniciativa do governo do Estado de São Paulo, em parceria com as prefeituras e com o apoio da Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA).
Esse roteiro realizado na edição de 2018, inclui os mais importantes hospitais públicos e privados que fazem parte da história do município de Campinas, são bens tombados e em estudo de tombamento, ricos em história e arquitetura. Visa a difusão e a valorização do patrimônio cultural e ambiental por meio do conhecimento, da reflexão e da educação patrimonial.
Esse roteiro realizado na edição de 2018, inclui os mais importantes hospitais públicos e privados que fazem parte da história do município de Campinas, são bens tombados e em estudo de tombamento, ricos em história e arquitetura. Visa a difusão e a valorização do patrimônio cultural e ambiental por meio do conhecimento, da reflexão e da educação patrimonial.
Roteiro realizado como parte da programação da Jornada do Patrimônio Paulista 2018.
neste roteiro:
1. Hospital Irmãos Penteado

As origens do Hospital Irmãos Penteado remontam à criação, em 1926, do Pavilhão de Cirurgia da Santa Casa de Misericórdia, construído a partir de doações do Dr. Salustiano Penteado. Suas obras, no entanto, alcançaram uma nova dimensão com o legado de seu irmão, Sr. Severo Penteado que em 1932 deixou recursos para ampliar e transformar o pavilhão em um novo hospital. Sua inauguração ocorreu em 1936 e desde então o Hospital funciona sob orientação da Mesa Administrativa da Santa Casa, com corpo médico próprio.
Processo de tombamento nº 13/01
Processo de tombamento nº 13/01
2. Casa de Saúde de Campinas

No fim do século XIX, precisamente em 1881, um grupo de imigrantes italianos sentiu a necessidade de melhorias para a comunidade em Campinas, sendo elas destinadas à educação e à saúde. Para sanar tais carências foi concebida uma escola e uma casa de caridade, o Circolo Italiani Uniti. Posteriormente, o local se tornaria um centro recreativo, cultural e beneficente para atender os filhos e conterrâneos da Itália.
Dessa forma, uma reunião realizada no Teatro São Carlos oficializou a fundação da Sociedade Italiana em Campinas, no dia 17 de abril de 1881, expandindo novas perspectivas e horizontes para o Circolo Italiani Uniti.
Atendendo pedidos da Diretoria do Circolo, em 10 de junho de 1884, a Câmera Municipal de Campinas concedeu uma área, localizada na Praça Riachuelo, para o início das obras do hospital e da escola. Meses depois, a pedra fundamental da sede própria foi lançada, a partir do projeto idealizado pelo engenheiro Samuele Malfatti e com a valiosa colaboração do renomado engenheiro e arquiteto Ramos de Azevedo. Mesmo em obras, e já repleto de histórias, o prédio começou a ser usado como sede oficial do Circolo Italiani Uniti.
Após anos difíceis com os males da febre amarela, e posteriormente com os efeitos avassaladores da gripe espanhola, os italianos continuavam inspirados e motivados a tornar o Circolo um verdadeiro hospital.
Em 1938, os efeitos da guerra chegam ao país, obrigando o Circolo, por força do Decreto de Lei nº 383, da República Brasileira a alterar seus estatutos e medidas para não fechar suas dependências. Dessa forma, em 20 de setembro de 1942, o Circolo realizou uma assembleia geral, destinada a fundar uma sociedade civil, com fins filantrópicos, para constituir na cidade um hospital brasileiro, chamado Casa de Saúde Campinas, em homenagem à cidade.
Hoje, a Casa de Saúde Campinas é um hospital completo, reconhecido e respeitado nacionalmente por sua história de sucesso na saúde de Campinas, além de ser pioneiro no transplante renal no interior do Estado de São Paulo.
3. Hospital Beneficência Portuguesa

Fundado em 29 de Julho de 1870, o Hospital Beneficência Portuguesa acompanha a evolução tecnológica na área médica. Foi um dos primeiros a usar a hidroterapia (1882), a iluminação a gás (1885) e Raios X (1898).
A sede atual, projetada em 1930, por Ricardo Severo, reporta-se a referências do estilo neoclássico e barroco do repertório de tendências do ecletismo na arquitetura no século XIX.
Foi feita uma reforma nas alas laterais e demolida a parte central do edifício existente, onde havia uma torre com relógio, construída em 1896. Na ocasião, construiu-se também o Pavilhão Barbosa de Barros no piso superior do corpo central do edifício, como resultado da ampliação do programa que englobou sala de cirurgia, administração, biblioteca, elevadores, apartamentos com banheiro, enfermarias, salas de curativos e de isolamento, estufa para descontaminação, entre outros espaços hospitalares.
Na área externa principal foi feito o calçamento com mosaicos alusivos às navegações portuguesas - a caravela com a cruz de Malta e, no gradil do portão, o globo anilar –, que representam a grandeza do povo português na Era dos Descobrimentos.
Processo de Tombamento n°008/01 - Hospital Beneficência Portuguesa - Resolução n° 064/06
4. Antigo Hospital Coração de Jesus

Ao todo são 3,6 mil metros quadrados de área construída em um terreno de 7,5 mil metros quadrados. O prédio que abrigou o antigo Hospital Coração de Jesus está desocupado há mais de 10 anos e é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (Condepacc).
5. Instituto Penido Burnier

O Instituto Oftálmico de Campinas (posteriormente Instituto “Penido Burnier”) foi fundado em 1920 pelo então médico da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, Dr. João Penido Burnier. Em 1927 foi fundada a Associação Médica do Instituto Penido Burnier, com o intuito de se promover o encontro entre as atividades médicas e científicas do Hospital que, ao longo do século 20, se consolidou como uma instituição referencial no campo da oftalmologia no país. O Instituto também participou da criação da Faculdade de Ciências Médicas de Campinas, além de ter originado a Fundação Dr. João Penido Burnier, criada em 1965 para possibilitar o atendimento da população mais pobre, bem como a formação de médicos residentes.
Parte do prédio é tombado pelo CONDEPACC, processo Nº 31/08
Parte do prédio é tombado pelo CONDEPACC, processo Nº 31/08
6. Cândido Ferreira

Em 1919, a chácara Palmeiras, localizada em Sousas, foi adquirida para a construção de um hospital psiquiátrico. A necessidade de criação da instituição surgiu em 1917, com a finalidade de possibilitar a assistência a 21 presidiários da Cadeia Pública de Campinas que apresentavam problemas psiquiátricos.
Em 14 de abril de 1924 foram inaugurados os primeiros edifícios do Hospital Psiquiátrico conhecido inicialmente como Hospital de Dementes de Campinas; e depois como Sanatório Dr. Cândido Ferreira, cujas construções foram projetadas e supervisionadas, gratuitamente, pelo engenheiro Bruno Simões Magro e executadas pelo construtor Ercole Bonetti. Hoje o Serviço de Saúde Cândido Ferreira, proporciona gratuitamente tratamento à população, tendo obtido vários prêmios por seus inovadores projetos, Um deeles é projetos Armazém das oficinas, criado para atender a necessidade de trabalho da população de baixa renda que apresenta quadros de doença mental, consiste em alimentos orgânicos e diversos produtos artesanais feitos pelos próprios pacientes, que podem ser adquiridos em sua loja física localizada na recepção da instituição, ou pelo site: https://armazemoficinas.com.br/
O prédio do hospital foi tombado pelo CONDEPACC em 08/05/2003, processo nº 02/03.
7. Santa Casa de Misericórdia de Campinas

Nome popular: Santa Casa
Identificação Original: Santa Casa de Misericórdia de Campinas
História
A Santa Casa de Misericórdia de Campinas foi fundada pelo Padre Joaquim José Vieira, vigário da paróquia de Nossa Senhora da Conceição (Catedral), que por ser deestatura franzina era conhecido popularmente de “Vigarinho”. A instituição foi concebida para dar assistência médica e conforto moral aos enfermos carentes e desvalidos da população. Os que tinham mais posses recebiam atendimento domiciliar, com seus próprios médicos na presença de familiares, pois as tradições daquela sociedade é que se mantendo distante dos doentes se evitariam os riscos de enfermidades ou epidemias.
Devido a realização e grande receptividade das campanhas do “Padre Viera” junto aosmais ricos, cujo intuito era de angariar doações financeiras, materiais de construção, e horas de trabalho dos escravos, tornou-se possível a criação e execução do referido prédio e formação da Irmandade de Misericórdia que ficou a cargo das Irmãs de São José.
Entre as primeiras atitudes para a formação da instituição de caridade, foi à doação de Maria Felicíssima de Abreu Soares de parte do terreno de sua propriedade, localizado a época entre a atual Rua Joaquim Novaes, Av. Júlio de Mesquita, Av. Benjamim Constant e Av. Anchieta, que era integrante da Chácara de Presciliana Soares, sua filha. A pedra fundamental foi lançada em 1871.
Outro benemérito residente na cidade foi o português Antonio Francisco Guimarães, popularmente chamado de “Baía”, auxiliando com as obras, dinheiro, material e mão de obra.
A primeira parte a ser executada da construção ocorreu na parte central do terreno, espaço destinado a capela, financiada por José Bonifácio de Campos Ferraz, posteriormente Barão de Monte Mor, cumprindo um voto a Nossa Senhora da Boa Morte, que tornou-se padroeira da Santa Casa. A segunda parte do edifício a ser levantada foi a vista que está ao lado da atual Rua Barreto Leme, e por ultimo o que se vê da atual Rua Benjamin Constant. No dia 15 de agosto de 1876, realizou-se o ato inaugural do novo prédio da Santa Casa, com a respectiva capela dedicada a Nossa Senhora da Boa Morte.
No dia seguinte, na sala do Paço Municipal, reuniram-se os administradores da Câmara Municipal e da Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de Campinas, onde o já Cônego Vieira fez entrega oficial do prédio para a referida Irmandade com os seguintes dizeres: "com tudo o que nele se contém, e mais patrimônio, para que ela cumpra todos os encargos para as quais foi fundada”.
No decorrer da construção, o Padre Joaquim José Vieira propôs a fundação de uma casa para “abrigar meninas desprotegidas, geralmente órfãs, onde recebessem instrução e educação moral, além das noções de trabalho doméstico”. A parte do edifício cuja vista é para a atual Av. Benjamin Constant recebeu esta ala, que foi inaugurado em 1878, funcionando como externato, com cerca de 20 meninas matriculadas.
Na época da epidemia de febre amarela que assolou a cidade, muitas crianças ficaram órfãs, induzindo à reorganização do asilo como internato, em 1888. O projeto recebeu doações da população, além de recursos oriundos da grande Quermesse de 1889.
Processo de Tombamento Nº 005/98.
Henrique Anunziata Historiador/CSPC/SMC/PMC
Henrique Anunziata Historiador/CSPC/SMC/PMC