Roteiro Afro
duração: 2h
distância: 17km
público: Estudantes / Em geral
dificuldade: Médio - Motorizado
sobre o roteiro:
APRESENTAÇÃO
A Coordenadoria Setorial de Promoção da Igualdade Racial e o Conselho de Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra de Campinas, apresentam o Roteiro Afro Campineiro, resultado da parceria com o Departamento de Turismo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Social e de Turismo, do Museu da Cidade e do movimento negro organizado nas diversas frentes. O roteiro reflete a participação da população negra na construção e formação do Município e o legado de lutas e conquistas dos antepassados anônimos e personalidades negras de nossa grandiosa Campinas. É importante destacar que este documento não esgota o assunto. Trata-se de uma obra em andamento.
Desde os primórdios do Caminho dos Guaiases, ao Bairro do Matogrosso de Jundiahy, entrando pela Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas de Mato Grosso de Jundiahy surgindo a Vila de São Carlos na cidade de Campinas a população negra sempre esteve à altura dos méritos que essa povoação alcançou. Na abertura de caminhos, nas construções de prédios, como a Catedral Metropolitana, o Palácio dos Azulejos, a Estação da Companhia Paulista de Estada de Ferro, nas casas dos Barões, no calçamento das ruas, nas lavouras, nos engenhos, a mão de obra escrava foi essencial. Hoje, continua contribuindo com trabalho, a cultura preservada dos antepassados, a culinária, as vestimentas coloridas mostrando sua nobreza, as danças e principalmente a religiosidade mantida com a fé e a honra trazida do continente africano.
Assim é meu povo. Gente guerreira, altiva, cabeça erguida enfrentando qualquer batalha desde a travessia de oceanos nos porões dos navios “tumbeiros”.
Assim é meu povo. Gente guerreira, altiva, cabeça erguida enfrentando qualquer batalha desde a travessia de oceanos nos porões dos navios “tumbeiros”.
Ubuntu (nos somos porque somos o que somos)
Valdir Oliveira – Pesquisador da história da cidade.
neste roteiro:
1. Casa de Cultura Tainã
"A Casa de Cultura Tainã é uma entidade cultural e social sem fins lucrativos fundada por moradores da Vila Castelo Branco e região em 1989 como nome de Associação de Moradores da Vila Castelo Branco e, mais tarde, por meio de um concurso, foi escolhido o nome de Casa de Cultura Tainã que hoje fica na Vila Padre Manoel da Nóbrega. Sua missão é possibilitar o acesso à informação, fortalecendo a prática da cidadania e a formação da identidade cultural, visando contribuir para a formação de indivíduos conscientes e atuantes na comunidade.
A Casa de Cultura Tainã atende hoje em média 450 crianças e adolescentes/mês e 1.350 pessoas indiretamente, por meio de atividades, oficinas e shows realizados fora da entidade. A região de atuação da Casa de Cultura Tainã compreende uma área de concentração populacional de aproximadamente 50.000 habitantes distribuídos em quatro vilas populares das regiões sudoeste e noroeste.
Caracterizada como "o outro lado da cidade", a área possui cerca de 500.000 pessoas em sua linha de extensão abrigando grande parte da população negra do município. Além desse projeto, a Casa de Cultura Tainá tem mais quatro áreas: Nação Tainá, Fábrica de Música, Lidas e Letras, Projeto Tambor Menino, Projeto Orquestra Tambores de Aço."
https://www.facebook.com/CasaDeCulturaTaina/
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2. Ponto de Cultura e Memória Ibaô
"O Instituto Baobá de Cultura e Arte (IBAÔ) foi fundado em julho de 2007, nascendo de uma mobilização entre integrantes do Centro Cultural de Capoeira Raízes do Brasil e moradores da Vila Padre Manoel da Nóbrega. Nascemos do desejo e da necessidade coletiva de viver a cultura. Trabalhamos para manter atuação direta na promoção e valorização das tradições, expressões, e manifestações culturais em sua diversidade. No âmbito social, o IBAÔ atua na promoção de direitos e igualdade de gênero e etnia, direitos da criança, adolescente e idosos, além de contribuir na luta contra intolerância religiosa.
No espaço cultural IBAÔ, o trabalho é constante para manter um ambiente de efervescência cultural, favorecendo o acesso da população ao contato e experimentação das diversas linguagens da cultura e da arte, reconhecendo a diversidade cultural como fator de desenvolvimento pessoal e coletivo. Em síntese, o IBAÔ se propõe a criar e multiplicar uma rede de estratégias educativas pela arte e a cultura, para desenvolver pessoas e comunidades, especialmente entre famílias em situação de vulnerabilidade social, fortalecendo a promoção da diversidade e a pluralidade cultural."
Principais objetivos:
• Promoção, valorização e disseminação de manifestações e expressões da cultura popular afro-brasileira;
• Parceria com outras organizações e ações de preservação e salvaguarda das tradições culturais;
• Promoção de ações educativas e culturais e formação agentes multiplicadores;
• Pesquisa e estudo etnográfico cultural.
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3. Casa de Cultura Fazenda Roseira
"A Casa de Cultura Fazenda Roseira é uma Instituição instalada na Casa Sede da antiga Fazenda Roseira, no Jardim Roseira. A casa, construída a partir do final do século XIX, de pau a pique (taipa) e tijolos, foi reformada em 1920. Hoje, a Casa de Cultura Fazenda Roseira tem como objetivos fomentar o ensino, a pesquisa, o desenvolvimento técnico, científico e institucional, intercâmbio e demais ações e projetos voltados à recuperação e preservação do patrimônio, da memória e da cultura afro-brasileira, com ênfase no campo da antropologia, etnografia, culinária, artes, museologia e outras áreas afins, na perspectiva de superação de desigualdades, no compromisso com a construção de sociedades sustentáveis considerando a complexidade que reside nas suas múltiplas dimensões, pressupondo a qualidade de vida, a justiça social, o respeito às diversidades, a promoção da solidariedade e da cultura da Paz."
https://www.instagram.com/casadeculturafazendaroseira/
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4. Banda Musical Campineira dos Homens de Cor
A "Corporação Musical Campineira dos Homens de Cor” é uma banda tradicional de Campinas/SP. Iniciada pelo maestro João de Oliveira em 11 de junho de 1933, depois oficializada como corporação, com o intuito de proporcionar ao negro um ambiente onde pudesse expressar seus valores culturais, fazendo da arte um instrumento de luta pela dignidade. Hoje é aberta a todas pessoas de todas as cores, raças, credos e dogmas. A CMCHC mantém um programa de ensino musical voltado para o aprendizado de instrumento de banda. O projeto de reestruturação da banda está em franca atividade, aberto a pessoas interessadas.
http://bandahomensdecor.blogspot.com/
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5. Paróquia São Benedito - Centro
"A Paróquia São Benedito (Centro) foi criada em 16 de agosto de 1966 por decreto do arcebispo metropolitano, dom Paulo de Tarso Campos. No entanto, a devoção a São Benedito e a construção de um templo consagrado a ele é bastante antiga, data de 1839. A realização dessa iniciativa deve-se ao escravo liberto Tito de Camargo Andrade, mestre Tito, como era conhecido. Mestre Tito sonhava com um templo onde os escravos se sentissem no que era seu, para louvarem a Deus como os brancos o faziam. Para isso, buscava esmolas e donativos de porta em porta. Conseguiu a concessão do terreno anexo ao jazigo do Cônego Melchior Fernandes Nunes de Camargo, junto ao cemitério de escravos.
O velho devoto de São Benedito não pôde ver concretizado seu sonho. Morreu no dia 2 de janeiro de 1882. Após o seu falecimento, as obras da igreja estiveram paralisadas até que a Sra. Dona Ana de Campos Gonzaga tomou para si a enorme e difícil tarefa de concluir o templo. As obras continuaram e ficaram concluídas em 1885, sendo a nova igreja inaugurada no dia 11 de outubro. O retrato do mestre Tito encontra-se no interior do templo, ladeado pelo retrato de dona Ana de Campos Gonzaga. Em 1897, passou a funcionar, em um prédio anexo ao templo, o Colégio São Benedito, primeira escola para negros no Brasil.
A atual igreja tem outra fisionomia, porque passou por grandes reformas. Em 1926, a direção espiritual da Igreja de São Benedito foi confiada à Congregação dos Estigmatinos, nas pessoas do padre Fortunato Mantovani, primeiro reitor, auxiliado por padre Júlio Sief e Irmão Luiz Abram."
Domingo das 07:30hrs as 8:30hrs e das 11hrs até 12:00hrs
https://www.facebook.com/saobeneditocampinas/
https://www.instagram.com/sbeneditocps/
6. Largo Santa Cruz
Provavelmente a segunda praça a se formar na cidade, um pouco mais distante do núcleo central (Largo da Matriz Velha), o Largo de Santa Cruz caracteriza-se, já na primeira metade do século XIX, como um importante espaço público em torno do qual se inicia um pequeno comércio, primeiramente em função dos tropeiros, e posteriormente das indústrias que ali se instalavam.
Seu nome se deve a uma capelinha, chamada Capela de Santa Cruz, construída em taipa, por escravos, sendo que, por volta de 1814 surgem em suas imediações as primeiras residências.
Seu nome se deve a uma capelinha, chamada Capela de Santa Cruz, construída em taipa, por escravos, sendo que, por volta de 1814 surgem em suas imediações as primeiras residências.
O Largo de Santa Cruz situava-se em uma das principais entradas da cidade, denominada "caminho dos pousos", pois ali os tropeiros e viajantes se refaziam de suas longas viagens em direção a Goiás.
Foi no Largo de Santa Cruz que se construiu a primeira forca da cidade, em 1835, o que lhe deu a alcunha de "Largo da Forca".
No auge da economia cafeeira a principal festa profana da cidade era o Carnaval, cujo primeiro registro em Campinas data de 1857. No Largo de Santa Cruz os blocos, cordões e carros alegóricos se reuniam para sair em direção ao centro da cidade, passando pelas principais ruas, indo até o Largo da Matriz Velha e o Largo do Teatro, e daí retornando ao Largo da Matriz.
7. Casarão do Parque Ecológico
O casarão do parque foi erguido em 1806 e funcionou como sede da antiga Fazenda Mato Dentro. Nos fundos do terreno, resiste ao tempo uma imponente tulha, um prédio de 420 metros quadrados, construída originalmente para a estocagem de grãos colhidos.
* Fechado temporariamente para reforma
* Fechado temporariamente para reforma
8. Espaço Arte Africana
O Espaço Arte Africana é um espaço de acolhimento e formação na cultura e arte da civilização BaNtu. Agrega um Museu com milhares de obras de arte africana, uma loja de artigos africanos e a CARKISS DANCE - Companhia de dança negra contemporânea.
Museu das Artes Africanas é um local de grande relevância cultural, unico na região de Campinas, responsável por realizar exposições ao longo de todo o ano. Sempre aberto ao público. O museu apresenta milhares de obras de arte originais, trazidas diretamente do continente africano. Desde 2011, temos o orgulho de ter recebido mais de 5 mil visitantes em nossas exposições, tanto internas quanto externas. As exposições são permanentes e ocorrem a cada três meses, abordando diversos temas. O acervo possui uma vasta coleção de máscaras africanas originais e raras das civilizações BaNtu, Yoruba, Dogon, Akan, entre outras. Essas máscaras são testemunhos valiosos da cultura e tradição dos povos africanos. Convidamos a todos para conhecerem as maravilhas não só da arte africana, mas também dos diversos povos que compõem o continente africano.